domingo, 14 de março de 2010

"Sintaxe à vontade"


Ando bem negligente com esse espaço, mas juro que não é proposital. 
Quando o assunto é tempo, devo confessar que nunca fui muito boa de administrá-lo e nos últimos meses isso tem sido ainda mais latente; sendo assim não prometo nada... vou retomando minha rotina por aqui na medida em do possível, ok? rs

Para começar, deixo para vocês um poema que gosto muito, do Fernando Anitelli, vocalista e idealizador do bando "O Teatro Mágico". 
Quem quiser conhecer mais eu recomendo http://oteatromagico.mus.br/

E é assim que eles abrem seu shows!!


Sem horas e sem dores
Respeitável público pagão
a partir de sempre
toda cura pertence a nós
toda resposta e dúvida
todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser
todo verbo é livre para ser direto e indireto
nenhum predicado será prejudicado
nem tampouco a vírgula, nem a crase nem a frase e ponto final!
afinal, a má gramática da vida nos põe entre pausas, entre vírgulas
e estar entre vírgulas pode ser aposto
e eu aposto o oposto que vou cativar a todos
sendo apenas um sujeito simples
um sujeito e sua oração
sua pressa e sua verdade,sua fé
que a regência da paz sirva a todos nós... cegos ou não
que enxerguemos o fato
de termos acessórios para nossa oração
separados ou adjuntos, nominais ou não
façamos parte do contexto da crônica
e de todas as capas de edição especial
sejamos também o anúncio da contra-capa
mas ser a capa e ser contra-capa
é a beleza da contradição
é negar a si mesmo
e negar a si mesmo
pode ser também encontrar-se com Deus
com o teu Deus
Sem horas e sem dores
Que nesse encontro que acontece agora
cada um possa se encontrar no outro
até porque...
tem horas que a gente se pergunta...
por que é que não se junta
tudo numa coisa só?